Crítica: A Festa de Formatura (2020)

Mesmo em 2020, ainda é raro ver filmes para a família toda protagonizados por personagens LGBT+, ainda mais dirigidos por artistas que fazem parte desse grupo. Ainda que tenha inúmeros problemas, A Festa de Formatura (The Prom, 2020) é um musical que deve cumprir o seu papel de abrir mentes mais conservadoras, a partir de uma mensagem de aceitação de fácil assimilação.

O  visual parece incluir todas as cores do arco-íris em cada cena, o que gera resultados mistos – quando funciona, as escolhas ousadas da fotografia são um luxo só, mas quando não geram o efeito esperado, acabam cansando. E, falando em visual, o figurino belíssimo casa perfeitamente com a proposta da obra, que decepciona justamente naquilo que deveria impressionar: as cenas de dança. Ryan Murphy demonstra não saber como posicionar e movimentar a câmera nos momentos musicais e até a coreografia poderia ter sido bem mais memorável.

O elenco está muito bem entrosado e se diverte à beça, em especial os atores adultos. Um dos pontos altos é a química entre Meryl Strepp e Keegan-Michael Key, além do charme do casal de adolescentes, vividas com muito carisma por Jo Ellen Pellman e Ariana Debose. O único que destoa por estar muito mal é James Corden, não só por ser um heterossexual imitando trejeitos afeminados de um gay, mas porque todas as suas escolhas são equivocadas e artificiais, enfraquecendo suas várias cenas.

Apesar de não funcionar inteiramente, A Festa de Formatura tem muitos momentos divertidos e o núcleo central da narrativa é bem-sucedido, pois Murphy consegue emocionar com as cenas dramáticas em que os personagens precisam sair do armário ou apenas falar sobre essa difícil experiência que só quem viveu sabe como é. Sem cinismo, o filme deve contagiar quem está aberto para algo mais açucarado.

Nota: 6.5

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