Crítica: Duna (2021)

Um espetáculo de encher os olhos. Essa definição é a primeira coisa que vem à mente quando assistimos a Duna (Duna, 2021), nova adaptação do livro homônimo escrito por Frank Herbert em 1965. O apuro técnico impressiona em praticamente todos os aspectos, desde a parte sonora até os efeitos impecáveis, o design de produção opulente e a fotografia que torna esta ficção científica ainda mais épica.

O diretor Denis Villeneuve deixa claro em cada cena a reverência que tem pelo material. Talvez isso tenha sido um dos fatores que impediram a aventura de ser ainda mais cativante. A fidelidade ao romance original resultou em muitas cenas expositivas, além da presença de cenas que não acrescentam tanto quanto poderiam.

Ainda que o cineasta capture o nosso interesse por todo o filme, a decisão de fazer desta obra a primeira de uma saga acabou prejudicando o ritmo. O clímax é quase inexistente, deixando a sensação de que presenciamos apenas um “esquenta” para algo mais emocionante no horizonte.

Falando em emoção, a falta dela é um fator que enfraquece a narrativa, inclusive nas poucas cenas de ação. A maioria dos atores está muito bem e extrai o máximo de suas cenas, especialmente Rebecca Ferguson, mas não dá para fazer milagre com personagens tão unidimensionais e com pouco desenvolvimento. Além disso, a forma como o filme trata a civilização que vive no deserto é bem problemática, como se fossem selvagens em comparação com os colonizadores brancos que são o foco da história.

Talvez esses problemas pareçam menores quando pudermos conferir a saga completa. No entanto, um filme precisa se sustentar por conta própria para funcionar, e o que temos por enquanto é uma aventura com potencial para render algo lá na frente, mas que não é o bastante por si só.

Nota: 5.5

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