Crítica: Bloody Nose, Empty Pockets (2020)

Brincando com a linha imaginária entre realidade e ficção, Bloody Nose, Empty Pockets (2020) é um daqueles raros filmes que captam algo único e mágico. Ao mostrar os últimos momentos de um bar de Las Vegas, os diretores Turner Ross e Bill Ross IV revelam nuances surpreendentes das pessoas que frequentavam o local.

Este documentário parece um filme humanista lançado nos anos 70, passeando pelos personagens com a mesma fluidez com que cineastas como Robert Altman retratavam inúmeras histórias se entrelaçando. Também lembra um pouco a forma como Nomadland (2020) retratou pessoas reais com muito naturalismo e empatia.

Mesmo sendo permeado por muita melancolia, o filme é uma experiência bastante prazerosa, pois as pessoas que povoam aquele universo são cativantes, têm facetas intrigantes e suas interações com seus parceiros de bebida rendem conversas inspiradas.

O olhar dos diretores de Bloody Nose, Empty Pockets é crucial para que o público se sinta parte daquela “família”, conseguindo facilmente se identificar com as reflexões sobre solidão, fracassos e outros temas que surgem naturalmente. Uma das figuras mais memoráveis é Michael Martin, ator que faleceu após o lançamento do filme. Nós testemunhamos suas angústias e frustrações sobre a própria carreira e a vida em si, mas o cinema é algo tão especial que pessoas como Martin, que foram pouco reconhecidas em vida, podem ser lembradas eternamente por sua grandiosidade.

Nota: 9

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