Crítica: Saída à Francesa (2021)

Michelle Pfeiffer é uma das melhores atrizes vivas. Nas últimas décadas, foram raras as ocasiões em que ela teve a chance de estrelar um filme, então todo novo lançamento gera grande antecipação. Felizmente, ela não decepciona no agridoce Saída à Francesa (French Exit, 2021), em que vive uma socialite de Manhattan que se muda para Paris com o filho e um gato quando descobre que sua fortuna está prestes a acabar.

A personagem é um prato cheio para a atriz, que se delicia com cada comentário sagaz proferido, além de combinar perfeitamente com o tom peculiar do filme, mas sempre mantendo um controle magistral, evitando que a atuação fique caricata. Quem também entrega uma baita performance é Valerie Mahaffey, cuja personagem tinha tudo para ser insuportável, mas nas suas mãos ficou encantadora e divertidíssima.

Baseado em um livro homônimo, esta comédia peca ao focar demais no relacionamento amoroso do personagem de Lucas Hedges. Além disso, o tom da história e a forma como os personagens se comportam dificultam nosso envolvimento completo com a história, parecendo uma mistura de Miranda July, Wes Anderson e Woody Allen. O diretor Azazel Jacobs, que já havia mostrado seu ótimo timing para comédia em The Lovers (2017), orquestra bem as apostas ousadas da premissa, inclusive nos curiosos rumos mais “místicos”.

Surpreendentemente, Saída à Francesa tem muito mais profundidade e afeto do que a superfície aparenta, o que percebemos em cenas como as conversas entre a protagonista e a amiga que empresa seu apartamento, e nos momentos em que mãe e filho refletem sobre sentimentos e memórias guardados até então.

Nota: 7.5

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