Crítica: Afunde o Navio (2020)

Desde seu lançamento, Fargo (1996) já influenciou inúmeros  filmes e séries, com resultados mistos, afinal, não é fácil replicar algo tão único e que deu tão certo. Afunde o Navio (Blow the Man Down, 2020) tem uma pegada parecida, mas as diretoras Danielle Krudy e Bridget Savage Cole, que também escreveram o roteiro, são habilidosas ao criar um universo particular e com características únicas. Assim, a semelhança com a obra-prima dos irmãos Coen fica só na estrutura e no tipo de premissa.

O filme acompanha duas irmãs precisando se virar após um assassinato e com o envolvimento da finada mãe em um bordel numa cidade pesqueira. Ainda que as protagonistas estejam bem, o roteiro não se aprofunda muito nelas e também poderia ir mais além nos riscos e na imprevisibilidade. Tirando isso, Afunde o Navio é uma ótima mistura de drama, comédia e suspense, elevada pelo elenco de apoio. Margo Martindale, por exemplo, tira o nosso fôlego como a grande cafetina da cidade, uma personagem que é ao mesmo tempo vulnerável e extremamente ameaçadora.

As mulheres praticamente comandam a cidade onde tudo acontece, e é um alívio ver um filme desse gênero dando importância às personagens femininas, provando que essa simples mudança na perspectiva oferece o frescor necessário para a experiência ser algo único, pois esse tipo de história ainda é algo dominado por homens, na frente e atrás das câmeras.

Nota: 8

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