Crítica: Identidade (2021)

Em sua estreia na direção, Rebecca Hall acerta ao adaptar uma história extremamente complexa. Identidade (Passing, 2021) é um belo drama sobre uma mulher negra que começa a questionar sua própria vida a partir do reencontro inesperado com uma amiga, que usa sua passabilidade como branca para viver uma vida construída sobre alicerces que podem desmoronar a qualquer momento.

Identidade explora uma série de temas delicados, desde identidade racial até sexualidade, e as intenções das personagens ficam sempre abertas. Esse jogo de ambiguidades é ressaltado pela fotografia em preto e branco, que utiliza sombras e outros recursos não só para embelezar a história, mas também para complementar as nuances das personagens em conflito.

Todos os atores estão um espetáculo. Tessa Thompson tem um desempenho contido que vai muito além do que ela permite que vejamos na superfície. Suas cenas com Ruth Negga transbordam significados escondidos, e é um deleite ver Negga fazendo algo tão especial. É como se estivéssemos observando uma pessoa que viveu nos anos 1920, época em que a história se passa. Seus trejeitos e modo de falar dão à personagem vivacidade e a artificialidade que reflete o mistério que rodeia aquela fascinante mulher.

Nota: 9

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