Crítica: Maligno (2021)

James Wan tem inúmeros filmes de terror bastante satisfatórios em sua filmografia, inclusive vários que viraram bem-sucedidas franquias. O apreço do diretor pelo gênero é palpável e sua nova criação é um exemplo disso. Maligno (Malignant, 2021) é uma grande homenagem do cineasta a vertentes diversas do horror, desde giallo a slashers dos anos 1980.

Maligno é sobre uma mulher que começa a ter visões de assassinatos em tempo real, o que a leva a descobertas mirabolantes. Da primeira cena até a chocante revelação do mistério e passando por inúmeras cenas exageradas, o filme deixa claro que aquilo tudo não deve ser levado tão a sério (as pausas dramáticas feitas pelos atores e as deixas musicais em determinadas cenas são as pistas).

A reação inicial para várias cenas é o estranhamento, afinal, não estamos mais acostumados a ver um filme produzido por um grande estúdio tomar riscos tão extremos. Porém, logo percebemos que a proposta do diretor não é só emular diversos tipos de filmes de terror e suspense, mas nos divertir com a insanidade de seu exercício de artificialidade.

Até o grande twist, Wan impressiona pela segurança com que constrói a atmosfera de suspense, inclusive com planos bastante inventivos, como quando a câmera passeia pelo teto dos cômodos para mostrar a protagonista indo de um lugar a outro. A partir do momento da revelação, o filme extrapola os limites do ridículo com cenas de cair o queixo. É uma bizarrice tão grande que você fica sem saber como reagir.

O segredo que move a obra é criativo e faz sentido, mas os desdobramentos seguem por um caminho que quase transforma Maligno em um filme de ação. Talvez uma abordagem mais contida pudesse ter dado uma aura mais séria à obra, mas aí a diversão provavelmente não seria a mesma. E uma coisa é inegável: o filme nos entretém completamente do início ao fim.

Nota: 7.5

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