Crítica: Lindinhas (2020)

Presa entre os costumes conservadores da religião em que foi criada e o comportamento precoce de suas colegas, a protagonista de Lindinhas (Cuties, 2020) é uma menina que faz o que está ao seu alcance para se encaixar em um grupo na escola. A estrutura desse delicado filme francês remete à trajetória da personagem de Lindsay Lohan em Meninas Malvadas (Mean Girls, 2004), pois ambas começam como mocinhas ingênuas que acabam se corrompendo progressivamente ao tentarem impressionar pessoas que admiram, mesmo tendo comportamentos reprováveis.

A partir da perspectiva da protagonista, a audaciosa diretora e roteirista Maïmouna Doucouré critica a forma sexualizada como crianças se comportam e são encaradas, sem nunca endossar o que é mostrado. Apesar de ser difícil encarar algumas cenas, a experiência é muito recompensadora e cheia de empatia. O tema pede uma abordagem sensível e complexa, e é isso que vemos a partir do olhar da cineasta, que esbanja talento do início até a memorável última cena.

Nota: 8

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