Crítica: Pinóquio (2020)

A história do boneco de madeira cujo nariz cresce a cada mentira já foi contada inúmeras vezes no cinema, e nenhuma delas conseguiu atingir a excelência da clássica animação da Disney. A versão mais recente é Pinóquio (Pinocchio, 2020), feita pelo italiano Matteo Garrone, que opta por um estilo mais sóbrio, sem deixar de lado o visual extravagante que ele já tinha apresentado no interessante O Conto dos Contos (Tale of Tales, 2016).

Ainda que se mantenha fiel à premissa original, o novo filme de Garrone peca por utilizar pouco algumas das características mais marcantes da história, como o grilo que representa a consciência do protagonista e até o crescimento do nariz diante de mentiras. Os momentos em que esses elementos estão presentes são escassos demais. Além disso, falta ritmo à narrativa, que apenas pula de uma fase para outra sem um clima de perigo real para o personagem principal.

O que faz esta versão valer a pena é o apuro técnico, desde os figurinos suntuosos até a bela fotografia e o incrível trabalho de maquiagem, que nos convence de que aqueles personagens têm mesmo aquelas características na aparência. A trilha também é boa e o elenco está muito bem, não só o protagonista, mas também o ator que faz o Geppetto, curiosamente interpretado por Roberto Benigni, cujo fracasso vivendo Pinóquio no filme homônimo dirigido por ele mesmo em 2002 praticamente acabou com sua credibilidade após o sucesso de A Vida é Bela (Life is Beautiful, 1998).

Vale o aviso: crianças pequenas podem ficar assustadas com algumas partes, inclusive com a presença do Grilo Falante.

Crítica: 6.5

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