Crítica: A Casa Lobo (2020)

A sensação de estar vendo algo nunca feito antes é raríssima no cinema, mas alguns filmes acabam nos surpreendendo ocasionalmente. A animação A Casa Lobo (The Wolf House, 2020) consegue a proeza de causar esse tipo de reação, devido a uma técnica experimental baseada em pinturas e objetos se movimentando constantemente enquanto a câmera se move causando a ilusão de um único take. É algo realmente único e difícil de descrever.

O roteiro acompanha uma garota se abrigando em uma casa para fugir de um lobo em uma colônia chilena. Durante o filme, percebemos ecos dos traumas presentes no local, que existiu no Chile sob o nome de Colonia Dignidad. Abusos e tortura são alguns dos elementos abordados, de forma lúdica e extremamente perturbadora.

A obra acaba cansando um pouco no fim por sua estrutura repetitiva, mas isso não compromete a experiência, que faz o a gente se sentir dentro de um pesadelo. A Casa Lobo deve se tornar bastante influente nos próximos anos, não só em novas animações, mas em filmes de suspense e terror. Aposto que muitos tentarão emular o estilo criativo apresentado aqui.

Nota: 8.5

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