Uma das melhores surpresas dos últimos anos, A Madeline de Madeline (Madeline’s Madeline, 2018) é um filme nada convencional que merece ser descoberto. O mesmo não pode ser dito do novo filme da mesma diretora. Shirley (2020) até arrisca uma abordagem mais diferente do que costumamos ver em obras sobre pessoas conhecidas, mas Josephine Decker não acerta e acaba criando um drama confuso e sem um foco bem definido.
Desde o início, a artista aposta em um clima de tensão e desconforto, mas isso acaba não levando a lugar nenhum. A trilha sonora é instigante e Michael Stuhlbarg está ótimo. Já o resto do elenco é irregular; Logan Lerman não tem nada a fazer, Odessa Young só encontra o tom depois de várias cenas e Elisabeth Moss tenta o tempo todo parecer alguém mais velho, escancarando que uma atriz como Kathryn Hahn faria mais sentido no papel (e a peruca gritante não ajuda nem um pouco). O que fica é um curioso estudo de caso sobre mulheres insatisfeitas e desafiando convenções, cujo clímax quase faz valer todo o resto.
Nota: 5