Crítica: First Cow (2020)

O cinema de Kelly Reichardt é repleto de preciosidades, como o adorável Wendy & Lucy (2008). Sua abordagem naturalista remete aos trabalhos do Mike Leigh, que também reflete o que há de mais sensível, imperfeito e profundo no ser humano sem julgar seus personagens. Outro fator em comum entre eles é a direção aparentemente invisível, que não chama atenção para si e deixa seus roteiros humanistas fluírem facilmente.

Em First Cow (2020), Keichardt aborda amizade, capitalismo e masculinidade de um jeito bem delicado, ao contar a história de um cozinheiro e um imigrante que se unem para ganhar a vida juntos usando uma vaca clandestina. O filme é conduzido sem pressa, revelando camadas enquanto nos encanta com as atuações de John Magaro e Orion Lee. Assim como os biscoitos feitos pelo protagonista, o drama tem uma beleza artesanal e um conteúdo muito saboroso e cheio de camadas.

Nota: 9

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