Crítica: Deserto Particular (2021)

O belíssimo Deserto Particular (2021) é como uma caixinha de surpresas, revelando mais sobre seus personagens a cada nova curva. Inicialmente, parece que o filme é apenas a história de um policial curitibano lidando com as consequências de um ato violento. No entanto, o filme vai muito além disso, e quanto menos você souber, melhor.

Deserto Particular é dirigido com elegância, além de ter um roteiro surpreendente e que explora questões complexas com sutileza, sem menosprezar a inteligência do público. Esta obra de Aly Muritiba tem um clima intimista, misterioso, romântico e sensual, o que é ideal para dar vasão ao rio de desejos, frustrações e sonhos que a história liberta aos poucos.

É um ótimo sinal quando um filme acaba e ficamos com vontade de continuar acompanhando aqueles personagens. O elenco inspiradíssimo contribui bastante para isso, desde os protagonistas até os coadjuvantes. Um dos maiores destaques é Pedro Fasarano, que praticamente rouba o filme para si graças à estrutura fluida da narrativa e à sua atuação apaixonante. Seu personagem já nasce icônico, mostrando que sempre há como trazer frescor a histórias LGBTQIA+. Num país marcado pelo preconceito, filmes como este podem ser transformadores.

Nota: 9

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