O momento tão esperado por cinéfilos do mundo inteiro chegou! Com a cerimônia do Oscar prestes a acontecer, agora é a hora de fazer as apostas finais. Abaixo você confere quem tem mais chance, do mais provável para o menos provável, com base nos resultados dos precursores e análises durante a temporada.
FILME
- Nomadland
- Os 7 de Chicago (The Trial of the Chicago 7)
- Minari – Em Busca da Felicidade (Minari)
- Bela Vingança (Promising Young Woman)
- O Som do Silêncio (Sound of Metal)
- Meu Pai (The Father)
- Judas e o Messias Negro (Judas and the Black Messiah
- Mank
Análise: Nomadland ganhou praticamente tudo, inclusive o Producers Guild Awards (PGA), que tem um modelo de votação por voto preferencial, igual ao sistema usado pela Academia. Nas vezes em que o Oscar premiou outro filme que não foi o vencedor do PGA é porque o eventual vencedor do Oscar era um underdog favorito da crítica, tipo Moonlight (2016) e Parasita (2019). Neste ano, o favorito para o Oscar é justamente o favorito da crítica e o fato de Nomadland ter vencido todo tipo de prêmio mostra que ele foi além da bolha dos críticos e se consolidou tanto como o Davi como o Golias da temporada.
O filme do Sorkin até pode se gabar de ter vencido elenco no Screen Actors Guild (SAG) Awards, mas não dá para usar como um bom parâmetro neste ano porque o filme de Chloé Zhao não apareceu lá, provavelmente porque a maioria do elenco é composta por amadores. Então, dificilmente alguém tira de Nomadland a esta altura do campeonato e qualquer outro vencedor seria uma baita surpresa.
DIREÇÃO
- Chloé Zhao, Nomadland
- Emerald Fennell, Bela Vingança
- Lee Isaac Chung, Minari – Em Busca da Felicidade
- David Fincher, Mank
- Thomas Vinterberg, Druk: Mais uma Rodada (Another Round)
Análise: Zhao é a diretora que mais venceu prêmios numa mesma temporada. Considerando precursores televisionados e todos os prêmios da crítica, a cineasta ganhou mais de 50 prêmios ao todo. Além disso, não tem nenhum outro candidato que a ameace. A vitória no Globo de Ouro, no Directors Guild Awards (DGA), no Film Independent Spirit Awards e no BAFTA só provou que é dela e ninguém tira.
ATRIZ
- Viola Davis, A Voz Suprema do Blues
- Carey Mulligan, Bela Vingança
- Frances McDormand, Nomadland
- Andra Day, Estados Unidos vs. Billie Holiday (The United States vs. Billie Holiday)
- Vanessa Kirby, Pieces of a Woman
Análise: o suspense que especialistas achavam que teriam com atriz coadjuvante acabamos tendo com atriz principal. Praticamente cada indicada aqui ganhou um precursor televisionado: Mulligan levou o Critics’ Choice Awards e o Independent Film Spirit Awards; Day conquistou o Globo de Ouro; Davis conseguiu o SAG; e McDormand foi premiada pelo BAFTA.
Já vimos outros anos bem disputados, como quando Glenn Close venceu o SAG, o Globo de Ouro e empatou o Critics’ Choice com Lady Gaga, enquanto Olivia Colman venceu o Globo de Ouro e o BAFTA. A grande diferença é que todas as indicadas com chance de vencer no Oscar costumam aparecer em praticamente todos os precursores. Neste ano, Mulligan, Day e Davis não estavam indicadas ao BAFTA. Por sua vez, Day venceu o Globo de Ouro mas não apareceu no SAG e no BAFTA.
Estamos em uma temporada bem atípica, então realmente qualquer uma das quatro mencionadas pode vencer. Se, por um lado, Mulligan e Frances têm o plus de estarem em indicados a melhor filme, a narrativa delas não é tão forte quanto de Davis, que poderia se tornar a segunda vencedora negra de melhor atriz, 20 anos depois de Halle Berry. Como Davis é muito querida pela indústria e venceu justamente o SAG, que tem muitos votantes em comum com a Academia, minha aposta é nela.
ATOR
- Chadwick Boseman, A Voz Suprema do Blues
- Anthony Hopkins, Meu Pai
- Riz Ahmed, O Som do Silêncio
- Steven Yeun, Minari
- Gary Oldman, Mank
Análise: até o BAFTA premiar Hopkins e o Film Independent Spirit dar o prêmio para Ahmed, tudo indicava que Boseman venceria sem nem ter uma disputa. Agora a chance de um upset do Hopkins é grande, mas ainda acredito que a narrativa de reconhecimento póstumo para o eterno Pantera Negra vai acabar fazendo a diferença.
ATRIZ COADJUVANTE
- Youn Yu-jung, Minari – Em Busca da Felicidade
- Maria Bakalova, Borat: Fita de Cinema Seguinte (Borat Subsequent MovieFilm)
- Glenn Close, Era uma Vez um Sonho (Hillbilly Elegy)
- Olivia Colman, Meu Pai
- Amanda Seyfried, Mank
Análise: todo mundo esperava que esta categoria fosse ficar imprevisível até o fim, até porque não tínhamos uma favorita clara até poucas semanas atrás. Com as vitórias no SAG, BAFTA e Film Independent Spirit, Youn se tornou a candidata a ser batida.
Pode rolar uma zebra, com a Academia se rendendo ao apelo de Bakalova ou finalmente dando a vitória a Close, mas a aposta mais certeira é Youn, não só pela performance encantadora e memorável, mas porque ela está num filme indicado a melhor filme, o que ajuda porque muita gente acabou conferindo sua performance ao checar Minari – Em Busca da Felicidade para a categoria principal. Curiosamente, será a primeira vez que uma personagem de avó ganha esta categoria e a segunda vitória de uma atriz asiática em mais de 90 anos de história, sendo a primeira Miyoshi Umeki, que também ganhou como coadjuvante, por Sayonara (1957).
ATOR COADJUVANTE
- Daniel Kaluuya, Judas e o Messias Negro
- Paul Raci, O Som do Silêncio
- Sacha Baron Cohen, Os 7 de Chicago
- Leslie Odom Jr, Uma Noite em Miami…
- Lakeith Stanfield, Judas e o Messias Negro
Análise: Raci levou o Film Independent Spirit, mas lá o ator não bateu de frente com Kaluuya, que foi o único das categorias de atuação que ganhou todos outros principais precursores sem ficar fora de nenhum. Será um choque enorme se ele não vencer.
FILME INTERNACIONAL
- Druk: Mais uma Rodada– Dinamarca
- Quo Vadis, Aida?– Bósnia e Herzegovina
- Collective– Romênia
- The Man Who Sold His Skin– Tunísia
- Better Days– Hong Kong
Análise: como são todos os membros que votam nesta etapa e filmes com mais buzz e que são bastante acessíveis acabam sendo mais lembrados, deve dar o filme da Dinamarca, o indicado com mais vitórias na temporada. Além disso, a indicação a direção mostra sua força.
DOCUMENTÁRIO – LONGA-METRAGEM
- Professor Polvo (My Octopus Teacher)
- Collective
- Time
- Crip Camp: Revolução pela Inclusão (Crip Camp: A Disability Revolution)
- Agente Duplo
Análise: o filme do polvo vai ganhar. Curiosamente, ele vai dar uma rasteira em Time e Collective, que dividiram a atenção da crítica. A vitória acontecerá porque a obra sobre o bicho marítimo é um fenômeno de boca a boca entre o público, por ser algo mais palatável. Também ajuda o fato de estar disponível na Netflix, diferentemente dos outros candidatos com mais buzz.
ANIMAÇÃO – LONGA-METRAGEM
- Soul
- Wolfwalkers
- A Caminho da Lua (Over the Moon)
- Dois Irmãos: Uma Jornada Fantástica (Onward)
- Shaun, o Carneiro, o Filme: A Fazenda Contra-Ataca (A Shaun the Sheep Movie: Farmageddon)
Análise: apesar de Wolfwalkers ter muita torcida pra tirar o reinado da Disney e Pixar, vai acabar vencendo Soul mesmo, que ganhou boa parte dos precursores e teve mais visibilidade, o que acaba pesando nesta fase em que todos os membros votam.
ROTEIRO ADAPTADO
- Nomadland
- Meu Pai
- Borat: Fita de Cinema Seguinte
- Uma Noite em Miami…
- O Tigre Branco (The White Tiger)
Análise: apesar de não ter vencido o BAFTA e outros prêmios, o favorito ainda é Nomadland, que ganhou mais precursores e é uma maneira de garantir que finalmente teremos uma mulher vencendo esta categoria de novo – a última foi a Diana Ossana, que co-roteirizou O Segredo de Brokeback Mountain (Brokeback Mountain, 2005). No entanto, Meu Pai tem boas chances de surpreender.
ROTEIRO ORIGINAL
- Bela Vingança
- Os 7 de Chicago
- Minari – Em Busca da Felicidade
- O Som do Silêncio
- Judas e o Messias Negro
Análise: no começo, parecia que teríamos uma briga boa e que Os 7 de Chicago poderia vencer, mas, no fim das contas, o filme da Netflix acabou vencendo bem menos que Bela Vingança – Sorkin ganhou o Globo de Ouro, mas lá eles sempre vão nele. Bela Vingança venceu quase tudo de mais peso, incluindo o BAFTA, o Critics’ Choice e o Writers Guild Awards (WGA), que é o sindicato de roteiristas. Portanto, Emerald Fennell deve levar e se tornar a primeira roteirista mulher a ganhar esta categoria desde a Diablo Cody por Juno (2007).
EDIÇÃO
- O Som do Silêncio
- Os 7 de Chicago
- Nomadland
- Meu Pai
- Bela Vingança
Análise: a maior chance de Os 7 de Chicago não sair zerado é aqui, já que o filme levou alguns prêmios importantes de edição e tem uma edição bem chamativa. Além dele, Nomadland também pode vencer, comprovando a força do filme. Entretanto, acho que O Som do Silêncio cresceu muito nas últimas semanas para a categoria, tanto que levou o BAFTA.
FOTOGRAFIA
- Nomadland
- Mank
- Relatos do Mundo
- Judas e o Messias Negro
- Os 7 de Chicago
Análise: no começo da temporada, parecia que ia dar Mank porque a Academia adora filmes em preto e branco, mas o filme esfriou. Apesar da vitória do filme de Fincher no sindicato de diretores de fotografia, Nomadland acabou levando quase tudo, então a vitória tem tudo para ser do filme de Zhao mesmo.
TRILHA SONORA
- Soul
- Minari – Em Busca da Felicidade
- Mank
- Relatos do Mundo
- Destacamento Blood (Da 5 Bloods)
Análise: uma das barbadas da noite, pois deve ganhar Soul, que é sobre música e ganhou praticamente tudo.
CANÇÃO
- Io Sì (Seen) – Rosa e Momo (The Life Ahead)
- Speak Now – Uma Noite em Miami…
- Husavik (My Hometown) – Festival Eurovision da Canção: A Saga de Sigrit e Lars (Eurovision Song Contest: The Story of Fire Saga)
- Fight For You – Judas e o Messias Negro
- Hear My Voice – Os 7 de Chicago
Análise: acho que Husavik tem chance, assim como Speak Now, que venceu a maioria dos prêmios. Porém, sinto que vai dar Io Sì. Mesmo não aparecendo o nome de quem fez cada canção na hora de votar, está bem forte a campanha pra premiar a Diane Warren, que está na 12ª indicação e ganharia com Laura Pausini, que compôs junto dela.
DESIGN DE PRODUÇÃO
- Mank
- Meu Pai
- Relatos do Mundo
- A Voz Suprema do Blues
- Tenet
Análise: se nem no BAFTA o filme Meu Pai ganhou esta categoria por seu design de produção espetacular, acho difícil dar outro que não seja Mank, que papou praticamente tudo e é a maior chance de evitar que o filme do Fincher saia de mãos vazias.
FIGURINO
- A Voz Suprema do Blues
- Emma.
- Mulan
- Mank
- Pinóquio (Pinocchio)
Análise: quando há filmes de época com figurinos bastante suntuosos indicados, a Academia não costuma resistir, mesmo quando é um filme com apenas uma ou duas indicações. Isso poderia favorecer Emma., mas o favorito é A Voz Suprema do Blues, que levou a maioria dos precursores. Uma curiosidade é que a Ann Roth se tornará a mulher mais velha a ganhar um Oscar se essa vitória acontecer, com 89 anos de idade.
MAQUIAGEM E PENTEADOS
- A Voz Suprema do Blues
- Pinóquio
- Emma.
- Era uma Vez um Sonho
- Mank
Análise: mesmo não tendo o trabalho mais chamativo entre os indicados, quem leva é A Voz Suprema do Blues, que já venceu boa parte dos prêmios. Porém, sinto que Pinóquio pode ser um azarão.
SOM
- O Som do Silêncio
- Relatos do Mundo
- Soul
- Greyhound: Na Mira do Inimigo (Greyhound)
- Mank
Análise: vai dar O Som do Silêncio, sem nem pensar duas vezes.
EFEITOS VISUAIS
- O Céu da Meia-Noite
- Tenet
- Mulan
- Grande Ivan (The One and Only Ivan)
- Amor e Monstros
Análise: está entre Tenet, que ganhou o BAFTA, e O Céu da Meia-Noite, que levou o sindicato. Algo me diz que o filme de George Clooney leva.
DOCUMENTÁRIO EM CURTA-METRAGEM
- Colette
- A Love Song for Latasha
- A Concerto Is a Conversation
- Hunger Ward
- Do Not Split
Análise: vou de Colette porque nazismo é um assunto que a Academia dificilmente ignora e, além da temática, essa obra emociona de maneira bem acessível, sem ser uma experiência difícil demais.
CURTA-METRAGEM DE FICÇÃO
- Two Distant Strangers
- The Present
- The Letter Room
- Feeling Through
- White Eye
Análise: o único com algum ator mais conhecido é The Letter Room. O vencedor do BAFTA foi o The Present, que era o único em comum com o Oscar, mas acho que vai vencer Two Distant Strangers, por estar na Netflix e ser uma história “mastigada”, que entretém a partir de um tema muito falado durante o ano todo, o que dá a ele uma aura de importância.
CURTA-METRAGEM DE ANIMAÇÃO
- If Anything Happens I Love You
- Burrow
- Opera
- Genius Loci
- Yes-People
Análise: as animações da Pixar geralmente levam a melhor, até pela visibilidade, mas neste ano acho que If Anything Happens I Love You vai vencer, por ser uma história impactante e emocionante sobre um assunto super relevante, além de estar disponível na Netflix, o que ajuda.
E aí, também está contando as horas para o Oscar 2021? Deixe seus comentários com as suas apostas!