Em geral, a categoria de direção tende a estar associada à categoria principal, ainda mais após a expansão para 10 indicados a filme. Na última década, tem sido comum a priorização de diretores de fora dos Estados Unidos, graças à internacionalização cada vez maior dos votantes, com o branch de diretores fazendo escolhas mais inspiradas do que o sindicato de diretores.
Confira as previsões para o Oscar de melhor diretor:
1. Brady Corbet, The Brutalist
Vencedor do Leão de Prata de melhor diretor no Festival de Veneza, Corbet tem tudo para assumir o favoritismo na corrida, graças a um filme de muito prestígio e cuja ambição impressionou quem já viu a obra.
2. Sean Baker, Anora
O maior competidor de Corbet é Baker, que conquistou sua 1ª Palma de Ouro no Festival de Cannes por este crowdpleaser que ficou em 3º lugar no prêmio do público no Festival de Toronto (TIFF) e é o atual filme a ser batido na categoria principal.
3. Jacques Audiard, Emilia Pérez
Outro suposto crowdpleaser com potencial para ir bem longe nesta categoria e na principal é o musical que representa a França em melhor filme internacional. A Academia costuma reconhecer cineastas europeus, e Audiard já é bastante respeitado na indústria.
4. Edward Berger, Conclave
Não faltam europeus na disputa, e Berger pode conseguir uma vaga por ter um dos filmes com menos pontos fracos, mesmo que acabe não brigando pela vitória.
5. Pedro Almodóvar, O Quarto ao Lado (The Room Next Door)
Apesar de não ter conquistado tanta aclamação quanto seus filmes anteriores, Almodóvar levou o Leão de Ouro em Veneza – é a 1ª vez que o espanhol sai de um dos maiores festivais com o prêmio máximo. Em um ano com poucos filmes consolidados, a estreia do diretor em um longa-metragem em inglês deve ser chamativa o suficiente para ser lembrada, principalmente por ter um tema forte, duas estrelas e, claro, o apreço que artistas têm pelo diretor.
Outras possibilidades:
6. Mohammad Rasoulof, The Seed of the Sacred Fig
Com uma narrativa tão forte quanto o impacto de seu filme, que saiu de Cannes com múltiplos prêmios, Rasoulof pode surpreender caso a indústria queria dar seu apoio ao cineasta, perseguido pelo regime teocrático do Irã.
7. Walter Salles, Ainda Estou Aqui
Outro diretor de fora de Hollywood que pode acontecer é Salles, que possui um filme com grande apelo social e emocional. A dúvida é se ele não será apagado pelas obras de Rasoulof e Audiard no circuito de premiações.
8. Denis Villeneuve, Duna: Parte 2 (Dune: Part Two)
Assim como o filme anterior, esta continuação deve se tornar o principal (e talvez único) blockbuster em melhor filme. Considerado esnobado da última vez, Villeneuve pode ficar de fora novamente caso os votantes prefiram, de novo, cineastas de filmes não falados em inglês.
9. Luca Guadagnino, Rivais (Challengers)
A condução magistral das cenas de partidas de tênis foi tão elogiada que vídeos dissecando a filmagem não paravam de ser compartilhados nas redes após o lançamento do filme. O problema é que o estúdio não pretende fazer muita campanha, e a atenção parece já ter se voltado para o outro filme do cineasta na disputa (Queer), mesmo que a recepção deste tenha sido menos empolgada, com exceção do ator principal. Se a paixão por Rivais continuar durante as premiações da crítica, um ressurgimento é possível.
10. Coralie Fargeat, A Substância (The Substance)
Infelizmente, há uma grande chance de vermos mais um lineup sem mulheres em direção. O nome mais à frente hoje é esta francesa, que fez um dos filmes mais comentados do ano, com reações extremamente positivas, apesar de sua natureza ousada.
No radar:
RaMell Ross, Nickel Boys
Steve McQueen, Blitz
Payal Kapadia, All We Imagine as Light
Clint Eastwood, Juror #2
Ridley Scott, Gladiador 2 (Gladiator II)
Quem mais deveria ter buzz:
Rosa Glass, Love Lies Bleeding: O Amor Sangra (Love Lies Bleeding)
Qual diretor tem a sua torcida?