Crítica: Eternos (2021)

Nas últimas décadas, a Marvel acostumou o público a esperar sempre o mesmo de seus filmes: aventuras rasteiras, genéricas e formulaicas, quase sem distinção entre um filme e outro, além de poucos aspectos técnicos realmente primorosos, apesar dos orçamentos astronômicos. É claro que há algumas exceções e exemplos de filmes que entregaram resultados muito bons mesmo mantendo-se dentro do padrão, mas são exceções.

Com Eternos (Eternals, 2021), vemos uma tentativa de apresentar algo um pouco mais diferenciado. Chloé Zhao faz o que está ao seu alcance para conferir certo naturalismo às interações dos personagens, inéditos no universo cinematográfico da Marvel. A obra mostra alienígenas enviados à Terra há milênios para interferir em conflitos com outros extraterrestres, mostrados em flashbacks que quebram um pouco o ritmo da história. Por causa de uma nova ameaça recente, eles são obrigados a se unir novamente. O filme leva um tempo para reunir todos eles, e nem todos parecem justificar sua presença, mas os que conseguem são muito interessantes.

Os dilemas morais vividos pelos personagens são o ponto alto do filme, que conta com atuações bastante carismáticas, principalmente de Brian Tyree Henry e Harish Patel. Por sua vez, as cenas de ação não são tão memoráveis quanto poderiam ter sido, a fotografia tem cenas escuras demais e o fim peca por ser anticlimático, parecendo o início de um segundo filme da saga. Apesar disso, ver super-heróis que fazem parte de minorias que nunca tiveram a oportunidade de brilhar nesse tipo de blockbuster é uma experiência única e inspiradora.

Nota: 6.5

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