Festival Mix Brasil 2021 – Crítica: Desaprender a Dormir

O erotismo está tão em falta no cinema atual que qualquer demonstração realista acaba chamando muito a atenção neste cenário. Desaprender a Dormir (2021) conta com muitas cenas de sexo bastante gráficas, que oscilam entre o choque, a diversão e a sensualidade. É admirável como o filme explora fetiches de forma tão intensa e natural, com destaque para a entrega dos protagonistas, vividos por Caetano Gotardo e Gustavo Vinagre, que também dirige o longa-metragem.

A obra acompanha um casal cuja rotina sexual não está em seu melhor momento. Enquanto um dos personagens está com dificuldades para recuperar o apetite sexual por trabalhar editando filmes pornográficos, seu companheiro tenta manter a chama acesa ao mesmo tempo em que está determinado a encontrar uma equação para saber quando os humanos colonizarão Marte.

Outro foco do filme é a dificuldade para dormir, abordada a partir da interação entre um youtuber considerado o deus do sono e pessoas que o procuram para resolver a questão do sono. Essas inserções são intrigantes e poderiam render um filme só sobre isso, dando ainda mais destaque para cada um dos interessantes personagens que falam sobre sua insônia.

Como deu para perceber, este filme brasileiro tem uma abundância de ideias curiosas, mas nem sempre a fusão entre elas ocorre de maneira fluida. Essa fuga do convencional faz sentido devido ao caráter experimental da obra, que possui imagens que dificilmente sairão da sua mente.

Nota: 6.5

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