Crítica: Kajillionaire (2020)

O cinema de Miranda July definitivamente não é para todos os gostos. A cineasta faz filmes com um tom bem peculiar e o comportamento de seus personagens faz parecer que a diretora nunca teve contato com outro ser humano em toda sua vida. Em Kajillionaire (2020), isso está bem presente, mas a premissa é bem acessível, abordando uma jovem se autodescobrindo quando sua família de vigaristas precisa correr contra o tempo para não ser colocada no olho da rua.

O trio Evan Rachel Wood, Richard Jenkins e Debra Winger se comporta de um jeito quase inexplicável, o que ajuda a manter a aura curiosa em que a diretora  investe, mas isso acaba impedindo que nos conectemos de verdade com eles. Quando Gina Rodriguez entra na trama, a atriz deixa o filme mais pé no chão com sua performance carismática, mas até essa personagem faz coisas que não fazem muito sentido diante do que acontece.

Apesar disso, Kajillionaire é o filme mais polido e afetuoso de July, o que colabora para a sensação de fábula que ela cria visualmente. Outro mérito é a trilha sonora brilhante, cuja beleza se encaixa bem na história, que funciona mais nos momentos em que a dificuldade de conexão da protagonista é o foco.

Nota: 7,0

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