Crítica: O Refúgio (2020)

Sean Durkin demorou para fazer o sucessor de seu filme de estreia, o hipnotizante Martha Marcy Mae Marlene (2011), mas o tempo de espera valeu a pena, pois O Refúgio (The Nest, 2020) é um ótimo drama. Assim como na sua obra anterior, o diretor desenvolve uma atmosfera de suspense que faz todo o sentido para a história que ele está contando.

O ninho do título remete ao principal tema abordado: a definição de um lar. Acompanhamos um casal se mudando para uma mansão em outro país junto dos dois filhos nos anos 80. A partir dessa mudança, o teto de vidro da família vai caindo pouco a pouco.  O catalizador dessa quebra na estabilidade é o personagem de Jude Law, um homem ambicioso que tenta compensar sua falta de estrutura na infância procurando cada vez mais status e bens materiais, sem perceber que essa busca inconsequente é o que prejudica a felicidade de quem ele ama.

Law entrega uma interpretação inspirada e repleta de camadas, sem nunca transformar seu personagem em alguém unidimensional. Suas cenas de embate com Carrie Coon são um espetáculo. A grande estrela do filme é justamente a atriz, que está magnética e modula perfeitamente as frustrações da personagem, deliciando-se com a selvageria elegante proporcionada pelo roteiro.

Nota: 8,.5

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