Crítica: Ammonite (2020)

Depois de estrear na direção com o ótimo O Reino de Deus (God’s Own Country, 2017), Francis Lee retorna com uma nova história sobre pessoas que passam a descobrir mais sobre si mesmas a partir de um relacionamento inesperado. Com uma fotografia evocativa, Ammonite (2020) é um filme mais fácil de admirar do que de amar.

Kate Winslet está em um momento inspirado, principalmente porque o diretor tira dela uma interpretação bem crua, já que sua personagem está sempre contendo as próprias emoções. Por sua vez, Saoirse Ronan mantém a qualidade habitual de suas performances, mas não chega a impressionar. Quem chama bastante atenção é Fiona Shaw, que devora suas poucas cenas com precisão e naturalidade, mas sem destoar do tom do filme.

O principal problema de Ammonite é que o romance tem um peso crucial para a narrativa, mas o envolvimento amoroso das protagonistas parece forçado e sem a paixão que a história pede. Isso acaba dificultando ainda mais o nosso investimento na trama. Felizmente, o filme prioriza mais a jornada de autoconhecimento das personagens, o que é muito bem desenvolvido. Além disso, a trilha sonora, o figurino, o design de produção e o som contribuem para nos sentirmos inseridos naquele pequeno universo. E a cena final é o melhor fechamento possível para aquela história.

Nota: 7

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