Crítica: Relíquia Macabra (2020)

O cinema sempre usou o gênero de terror para abordar doenças e outros problemas da nossa realidade, seja de maneira explícita ou por meio de metáforas. Em Relíquia Macabra (Relic, 2020), a diretora Natalie Erika James parte de sua experiência para criar um suspense envolvente e que leva o seu tempo para criar a tensão, sem apelar para os clichês mais comuns do gênero a todo momento.

O modo como a cineasta utiliza sombras e silhuetas ao fundo para assustar “de mansinho” é uma das melhores decisões que a artista poderia ter tomado ao contar a história de uma mulher procurando, junto da filha, sua mãe idosa desaparecida misteriosamente. O trio de atrizes está muito bem e toda a parte técnica merece elogios, desde o design de produção até a maquiagem.

O grande problema de Relíquia Macabra é que, apesar de tratar o tema com nuance, o ponto de vista focado inteiramente na mãe e na filha acaba fazendo a personagem da avó parecendo um ser monstruoso em algumas cenas, inclusive em momentos desnecessários de perseguição, o que soa como algo injusto considerando que a idosa sofre de uma doença da qual é a maior vítima. Apesar disso, a cena final tem uma beleza inventiva e poética.

Nota: 7

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