Festival Internacional de Cinema LGBTI+ – Crítica: Pequena Garota (2021)

Feito com extrema sensibilidade e muito cuidado para não espetacularizar um tema tão sensível, Pequena Garota (Little Girl, 2021) é um documentário fabuloso sobre como uma mãe e sua filha pequena lidam com o início da transição da menina, que não se identifica com o gênero que nasceu. Os demais membros da família também são destacados ao longo do filme, mas o diretor Sébastien Lifshitz tomou a decisão acertada de focar nos conflitos internos e externos pelos quais a garota e sua mão passam.

O filme tem uma abordagem humanista, permitindo que a rotina da família se desenrole aos nossos olhos, sem deixar a impressão de que aquelas pessoas estão sendo expostas desnecessariamente. O olhar empático do cineasta é crucial para o sucesso da obra, que tem um ritmo bem fluido e um estilo que nos faz esquecer que estamos conferindo um documentário.

Algumas cenas são devastadoras, mesmo sendo simples conversas com uma psicóloga. O diretor consegue extrair o máximo de emoção desses momentos, graças à naturalidade dos envolvidos, que abrem ao público a porta para os conflitos que estão vivendo. Mesmo sendo difícil ver o preconceito escancarado em algumas situações, como na forma como a escola age diante de uma aluna transgênero, Pequena Garota encontra leveza e sutileza constantemente, proporcionando uma experiência agridoce e essencial.

Nota: 9

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