Crítica: Shiva Baby (2021)

Um simples velório pode ser um pesadelo quando você é LGBTQIA+ e sabe que terá que enfrentar as mesmas questões de sempre quando parentes te encontram. Se você está naquela fase em que ainda não tem uma vida financeira estável, aí é que a reunião familiar vira um verdadeiro inferno. É exatamente isso que a protagonista de Shiva Baby (2021) precisa suportar – para a nossa diversão.

Filmado quase em tempo real, esta obra inspiradíssima é ao mesmo extremamente tensa, principalmente graças à trilha sonora digna de filme de terror e à forma claustrofóbica como Emma Seligman conduz a trama, e também hilária, apoiando-se no humor baseado no constrangimento. O casamento entre os tons deu super certo, gerando uma experiência única.

Apesar de todo o martírio, o filme é curiosamente divertido. Isso deve-se especialmente à construção dos personagens, que são complexos e com os quais é fácil de se identificar. E, claro, não dá para terminar de avaliar sem destacar os atores, todos muito bem aproveitados, incluindo Polly Draper, que vive a mãe da protagonista, e Rachel Sennott, que carrega o filme nas costas de maneira formidável.

Nota: 9

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