Crítica: A Filha Perdida (2021)

O texto desconcertante de Elena Ferrante caiu como uma luva nas mãos de Maggie Gyllenhaal. A atriz estreia como diretora e roteirista nesta adaptação de A Filha Perdida (The Lost Daughter, 2021), um drama sedutor e complexo sobre uma mulher cujas decisões do passado voltam a atormentá-la quando ela faz uma viagem onde conhece mães mais jovens.

A desconstrução do ideal de maternidade é muito bem trabalhada no roteiro, que contrapõe o pessimismo com um humor mordaz presente nas ações da fascinante protagonista. Quem a interpreta é Olivia Colman, cujo estilo de atuação casou perfeitamente com a personagem.  

Se A Filha Perdida não cortasse a tensão com flashbacks redundantes, a obra teria sido mais enxuta e potente. Mesmo com essa quebra no ritmo, Jessie Buckley está tão bem nas cenas do passado que as cenas no passado quase se justificam. Aliás, o filme acerta em cheio na escalação do elenco, que transmite bem a sensualidade e a sensação de perigo latente. 

Nota: 8.5

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