Crítica: Não Olhe para Cima (2021)

A sutileza passa longe dos filmes de Adam McKay, e Não Olhe para Cima (Don’t Look Up, 2021) não é uma exceção. Sua nova comédia aborda inúmeros problemas recentes do mundo, desde negacionismo até disputas pelo controle de narrativas. Porém, nada do que ele diz é muito profundo, e a seriedade dos problemas retratados é amenizada por piadas no estilo pastelão que nem sempre atingem o alvo.

A comédia é encabeçada por Leonardo DiCaprio e Jennifer Lawrence, ambos ótimos como de costume. Entretanto, o roteiro os sabota em alguns momentos. O resto do elenco estelar vai de performances boas mas desperdiçadas (como Melanie Lynskey e Rob Morgan) até atuações vários tons acima (como Jonah Hill e Mark Rylance). 

Outro ponto negativo é a edição sem refinamento nenhum. Parece que o filme foi montado às pressas, com muitas cenas durando mais do que o necessário. Falando nisso, há uma cena no meio dos créditos que é tão ruim, mas tão ruim, que a impressão que dá é que estamos vendo um quadro de Saturday Night Live. 

O grande acerto é se apoiar numa trilha sonora espetacular de Nicholas Britell, que carrega nas costas a missão de dar consistência ao que é visto na tela. Apesar de todos os erros, ao menos o filme mantém a nossa curiosidade do primeiro ao último segundo, muito graças ao apelo atual da história. 

Nota: 5.5

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