Crítica: Casa Gucci (2021)

O notório assassinato na família Gucci tinha potencial para render um filme de primeira. Nas mãos de Ridley Scott, a trágica história virou uma espécie de Frankenstein, não só por conta da edição bizarra, mas também porque o tom nunca acerta o ponto certo, principalmente porque cada ator está num nível diferente do outro.

Scott se sai melhor na primeira parte de Casa Gucci (House of Gucci, 2021), que flui muito bem mesmo que o início tenha as partes menos interessantes da trama. É a partir da metade que a qualidade vai caindo. À medida que os problemas da protagonista avançam, mais o filme sai do controle.

Se o filme não adotasse um tom tão sério, as partes irreverentes não destoariam tanto, e os exageros fariam sentido sem gerar risos involuntários nas cenas mais dramáticas (os sotaques desnecessários não colaboram). Jared Leto é o pior elemento, já que aposta numa caricatura grotesca, com uma maquiagem que distrai bastante e uma voz forçada.

Adam Driver parece perdido em seu personagem mal desenvolvido, enquanto Al Pacino e Jeremy Irons fazem o possível para dar dignidade ao que estão fazendo. Por sua vez, Lady Gaga está ótima na primeira fase, mas assim que sua personagem vira uma vilã de novela ruim de forma brusca, ela passa a carregar demais nas tintas. Apesar de toda essa bagunça e da duração longa demais, o drama nunca deixa de nos fisgar e diverte mesmo sem querer. 

Nota: 5

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