Crítica: Gunda (2020)

O que o diretor Viktor Kosakovskiy conseguiu em Gunda (2020) é algo extraordinário. Este filme extremamente poderoso acompanha o dia a dia de uma porca e outros bichos de uma fazenda, a partir de um olhar repleto de empatia. Quando menos esperamos, já estamos completamente imersos na rotina daquelas criaturas inocentes.

Filmado como se fosse uma história naturalista de ficção sem diálogos, o documentário tem uma fotografia lindíssima em preto e branco. Algumas imagens são tão impactantes que dificilmente você vai tirá-las da sua mente, incluindo a cena que mostra os olhares cheios de vida daqueles seres.

Gunda pode ser considerado um filme pró-veganismo, mas sua mensagem nunca é jogada ao público como se fosse uma lição. O cineasta responsável pela obra é perspicaz o bastante para deixar as imagens falarem por si só. A última cena, por exemplo, é uma das coisas mais tristes e devastadoras já registradas no cinema.

Nota: 9

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