Crítica: Sublet (2021)

Acompanhar a progressão natural da carreira de Eytan Fox tem sido bem interessante e é recompensador observar seu amadurecimento como cineasta. Se há algumas décadas seus filmes focavam em jovens lidando com conflitos típicos da sua idade, como os ótimos Delicada Relação (Yossi & Jagger, 2003) e Bubble (The Bubble, 2007), o diretor deixa claro em Sublet (2021), seu trabalho mais recente, como agora ele se identifica mais com o seu protagonista de meia-idade do que com o jovem com quem ele interage.

O personagem principal de Sublet é um jornalista de Nova York que viaja para Tel Aviv a trabalho. Ele aluga um apartamento de um jovem que passa a ser uma espécie de guia informal, ajudando-o a conhecer a cidade para que ele faça um texto mais autêntico sobre o local. Em poucos dias, os dois se conhecer melhor e criam uma conexão cheia de afetuosidade e descobertas, inclusive sobre si mesmos.

O tom adotado pelo diretor remete a filmes como Antes do Amanhecer (Before Sunrise, 1995), Weekend (2011) e Fim de Século (Endo of the Century, 2019). O conflito de gerações e as diferenças culturais rendem boas situações abordadas com humor e suavidade, mas sem tratar os temas superficialmente. Pouco a pouco, a nova obra de Fox vai revelando camadas que tornam este romance LGBTQIA+ ainda mais charmoso e profundo.

Niv Nissim é uma revelação, encantando com muito carisma. O sucesso de Sublet depende muito de sua química com John Benjamin Hickey, que aproveita a chance de viver um protagonista complexo de maneira magistral. Sua performance sutil é cheia de nuances e uma das melhores do ano.

Nota: 8.5

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