Crítica: Estados Unidos vs. Billie Holiday (2021)

O diretor Lee Daniels tem um estilo abrasivo e que costuma gerar reações que vão do 8 ou 80. Geralmente, sutileza passa longe dos seus trabalhos, e isso é o que acontece em Estados Unidos vs. Billie Holiday (The United States vs. Billie Holiday, 2021), biografia focada no período da vida de Billie Holiday em que ela sofreu perseguição do governo estadunidense por cantar a música “Strange Fruit”, que criticava os linchamentos a negros.

Apesar de tomar decisões que dão um toque especial a várias cenas, incluindo doses inesperadas de sensualidade e humor, Daniels se rende aos seus piores instintos na maior parte do projeto. O roteiro previsível e a edição bagunçada também não ajudam, gerando uma experiência que se assemelha a assistir a um telefilme dos anos 90 sobre uma personalidade icônica.

O figurino tem seu charme e o elenco coadjuvante faz o possível com o pouco que tem (com exceção de Garret Hedlund, totalmente inexpressivo em um papel clichê). Quem dá bastante vida ao filme é Andra Day, que nem parece ser praticamente uma estreante em atuação. Sua composição é muito boa e a química com Trevante Rhodes é o ponto alto da obra. Ele reforça seu talento e carisma, mostrando por que é um dos atores jovens mais desperdiçados da atualidade.

Nota: 5.5

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