Crítica: Nomadland (2020)

Após perder praticamente tudo que tinha na recessão de 2008, a protagonista do contemplativo Nomadland (2020) decide viver como uma nômade moderna em sua van. Sua nova vida por diversos destinos do oeste dos Estados Unidos e entre empregos temporários é o que acompanhamos neste belíssimo filme de Chloé Zhao.

A personagem é vivida por Frances McDormand com o máximo de naturalismo possível, sem qualquer cacoete ou histrionismo, fazendo o público realmente acreditar que ela é aquela mulher de personalidade forte, mas bem mais doce do que os tipos que a veterana costuma interpretar. Suas interações com as pessoas que surgem em seu caminho engrandecem bastante a obra, pois suas histórias nos ajudam a entender aquele universo e a ter mais empatia por quem poderíamos julgar em outras circunstâncias.

Quase todos os atores são nômades reais, o que dá um ar de autenticidade mágico, assim como a cineasta conseguiu em seu filme anterior, o também emocionante Domando o Destino (The Rider, 2018). Apoiada por imagens estonteantes e por uma câmera observadora e nunca intrusiva, a diretora realiza um drama profundo e com muitas nuances, proporcionando uma jornada catártica, recompensadora e que provoca reflexão por dias depois que o filme chega ao fim.

Nota: 10

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