Crítica: Druk – Mais uma Rodada (2020)

Tem cenas que nascem para virar clássicas. Os últimos momentos de Druk – Mais uma Rodada (Another Round, 2020) já podem ser considerados alguns dos mais extasiantes do cinema. Além da direção precisa de Thomas Vinterberg, o clímax de sua nova parceria com Mads Mikkelsen é inebriante por conta da entrega avassaladora do ator.

Claro que o fim não teria o mesmo impacto se o que veio antes não tivesse funcionado. Durante todo o filme, Vinterberg parece ir nos embebedando aos poucos, assim como acontece com os personagens principais, amigos que decidem fazer um experimento curioso: consumir uma quantidade diária de bebidas alcoólicas para compensar um suposto déficit de álcool no organismo, a partir de uma teoria que um deles ouviu.

Apesar de tratar a situação com seriedade, o diretor evita julgamentos fáceis e uma pregação desnecessária. Pelo contrário, tudo ocorre com muita fluidez e esta tragicomédia sobre crise da meia-idade entretém bastante. Um dos grandes motivos para isso é a atuação fantástica de Mikkelsen, que perde o controle na medida certa para nos convencer e vai além, presenteando o público com um momento atrás do outro de puro talento, culminando num desfecho que deve se tornar o momento pelo qual ele sempre será lembrado. E o melhor: sem um pingo de ressaca.

Nota: 9

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